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Família é feita refém e imobiliza menor suspeito de assalto em Senador Guiomard



A família do aposentado Alberto Brilhante, de 68 anos, passou por um grande susto na noite de quarta-feira, 9, ao ser rendida dentro de casa por quatro jovens armados na cidade de Senador Guiomard, distante 24 quilômetros de Rio Branco. Após ficarem cerca de uma hora sob a mira de facas e um revólver, a família conseguiu render e amarrar um dos suspeitos, um adolescente de 17 anos.

De acordo com as vítimas, a quadrilha invadiu a casa por volta das 19h30 e abordou primeiramente o jovem Francisco Sávio, de 16 anos, que estava em frente à residência. Em seguida, se armaram com facas e foram rendendo os outros membros da família, que estavam dentro da casa. A jornalista Renata Silva, de 38 anos, conta que, pelo porte físico dos suspeitos, todos pareciam ser menores de idade.

“Um estava com a pistola e os outros pegaram a faca na nossa cozinha. Eles estavam de cara limpa, renderam primeiro meu sobrinho e depois foram entrando na casa. Pediam dinheiro, armas e as chaves do carro e moto”, relembra.

Renata conta ainda que a todo momento os suspeitos faziam questão de apontar as armas e ameaçar as vítimas. A mãe da jornalista, Luiza Maria, de 59 anos, estava no banheiro e chegou a ficar machucada quando um dos bandidos bateu em sua mão enquanto ela tentava entender o que estava acontecendo na casa.

A família conta que em um determinado momento todos foram trancados dentro de um dos quartos, sob a vigilância do suspeito de 17 anos, enquanto o outros levavam Sávio para pegar os objetos da casa. A sós no quarto cuidando de quatro pessoas, o menor se distraiu e foi aí que o aposentado conseguiu imobilizá-lo e amarrá-lo com a ajuda da família.

“Fiquei calmo até o momento em que eu pudesse agir. Em toda a ação percebi que eles eram marinheiros de primeira viagem, chegaram a virar as costas para mim a todo momento, agiam meio perdidos. Agi na hora certa, joguei ele na cama e amarrei a mão com uma meia e os pés com um cinto”, conta.

Ao perceber que poderia chegar até o quarto, o adolescente que estava sob a ameaça dos outros suspeitos conta que correu para ajudar o avô. “Os dois armados foram comigo e senti que uma hora eu podia correr. Ele ainda me machucou um pouco na hora em que conseguimos imobilizá-lo. Ele falou que tinha sido forçado a fazer isso, senão ia morrer, mas eu não acredito em nada disso”, diz.

Do susto, a família tenta se recuperar. Renata conta que todos os suspeitos aparentavam ser menores de idade. “O que choca é que são aparentemente menores de idade, mas já andam armados e agem com violência. Minha mãe estava passando mal e quando fui tentar ajudar, me arrastaram e não deixaram eu ajudar”, relembra.

O delegado da cidade, Ricardo Casas, disse que diligências estão sendo feitas para a captura dos outros três suspeitos. “O menor disse em depoimento que estaria participando da ação com mais três suspeitos, um de Senador Guiomard e dois de Rio Branco, mas não confirmamos nada ainda porque estão sendo feitas as diligências para a captura dos suspeitos”, enfatiza.

Sobre reagir a assaltos, Casas aconselha que seja evitada qualquer tipo de reação das vítimas, pois isso pode deixar os assaltantes ainda mais estressados. “Não se sabe qual vai ser a reação dos assaltantes que também estão ali com alto nível do estresse e qualquer vacilo pode gerar uma tragédia. Não é aconselhável nenhuma vítima a reagir”, finaliza.

Aline Nascimento – Portal G1/AC
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