Surto de Mandarová: Senador Guiomard é afetado
RIO BRANCO – O primeiro surto de
mandarová (Erinnyis ello), uma larva que se alimenta, principalmente de
mandioca, aconteceu no começo de agosto em plantios de cultivo de
seringueiras em sete municípios do Acre. A praga ameaça o futuro das
árvores e dos produtores de látex das cidades afetadas já que, ao serem
‘desfolhadas’ pelos bichos, torna-se inviável realizar a sangria para
colher a seiva e, posteriormente, a produção da borracha.
A mandarová leva, aproximadamente, 60 dias para evoluir de ovo até
mariposa. Ao todo são cinco fases para que o inseto atinja a maturidade e
se reproduza. Antes dessa fase, ela ainda passa por um estado ‘pré
adulto’ em que se enterra no solo, evitando o sol e se desenvolvendo. Um
processo semelhante à crisálida de uma borboleta. Porém prejudicial às
árvores e produções de borracha regional.
De acordo com o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Acre (Embrapa), Rodrigo Santos, a larva pode atingir de nove a dez centímetros quando adultas. “Na fase pré adulta o controle é inviável. O método para extermínio é quase inexistente e realmente complicado. Por isso, é interessante que os produtores acreanos estejam prestando atenção em suas plantações de seringueiras”.
Na linha de frente da força tarefa, para combater a praga, estão a
Embrapa, Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Família
(Seaprof) e o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre
(IDAF) que realizam intervenções nos municípios atingidos, bem como a
instrução dos produtores que precisam de ajuda para conter o surto da
larva.
Prevenção
A praga teve início nas seringueiras nativas das regiões de fronteiras e se proliferou até as de monocultivo, que possui maior condição de multiplicação já que o clima acreano – quente e úmido – propicia um ciclo biológico mais rápidos do inseto. A constatação do princípio veio através da observação dos próprios produtores, segundo a Embrapa. Os municípios de Xapuri, Senador Guiomard, Epitaciolândia, Rio Branco, Capixaba, Assis Brasil e Sena Madureira, foram afetados.
Para evitar que o contagio atinja outras cidades, controles
biológicos e químicos são feitos diariamente através da pulverização e
aplicação de pesticidas. No controle biológico, o inseticida adaptado
pela Embrapa – a partir do Baculovirus erinnys, utilizado para
conter o surto da larva na produção de mandioca que aconteceu, em 2008,
em um município de Minas Gerais – é aplicado nas copas das árvores em
que é constatado que a mandarová está em fase inicial.
Nos casos em que a larva já está evoluída, a ação do baculovírus é ineficiente. Para controlar a situação, o controle químico é o método adotado. O engenheiro agrônomo da Divisão de Remuneração e Serviços Ambientais da Seaprof, Jorge Henrique, explica que para a aplicação desse controle químico é necessário que os produtores entrem em contato com alguma das instituições para a verificação prévia. “Só podemos fazer a devida fiscalização e aplicação do pesticida químico após análise de nossos técnicos de campo. Precisamos primeiro mensurar a área atingida, a proporção do ataque e o controle ideal para o tipo do ataque”.
Renovação
Na fazenda São João, distante 58 km de Rio Branco, na estrada da Capixaba, todo o cultivo de seringueiras fora afetado pela peste. As árvores sofreram desfolhamento por conta das larvas, mas o devido controle químico foi aplicado pelos responsáveis pelo lugar.
De acordo com o coordenador da produção de látex da Associação Libertadores, Sebastião Lima, que trabalha há 12 anos como seringueiro e ainda coordena treze seringais no Estado, as mandarovás fizeram uma verdadeira ‘chacina’ nas seringueiras e deixaram os produtores assustados. “Parecia o barulho de pessoas mal educadas comendo de boca aberta. Eu não conhecia o inseto e me assustei ao ouvir um barulho tão alto e o estrago que eles estavam fazendo com a plantação”. O seringueiro diz ainda que para conter a praga, a pulverização do veneno e a ação imediata da Seaprof foram vitais para garantir o futuro dos plantios.
A
larva mandarová já em fase ‘pré adulta. Ataque dessa dimensão é o maior
já registrado no Acre. Foto: Fany Dimytria/Portal Amazônia
De acordo com o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Acre (Embrapa), Rodrigo Santos, a larva pode atingir de nove a dez centímetros quando adultas. “Na fase pré adulta o controle é inviável. O método para extermínio é quase inexistente e realmente complicado. Por isso, é interessante que os produtores acreanos estejam prestando atenção em suas plantações de seringueiras”.
Pesquisador
da Embrapa diz que monitoramento da instituição é realizado de perto
junto aos produtores. Foto: Fany Dimytria/Portal Amazônia
Prevenção
A praga teve início nas seringueiras nativas das regiões de fronteiras e se proliferou até as de monocultivo, que possui maior condição de multiplicação já que o clima acreano – quente e úmido – propicia um ciclo biológico mais rápidos do inseto. A constatação do princípio veio através da observação dos próprios produtores, segundo a Embrapa. Os municípios de Xapuri, Senador Guiomard, Epitaciolândia, Rio Branco, Capixaba, Assis Brasil e Sena Madureira, foram afetados.
Larva
de mandarová se alimenta das folhas das seringueiras e impede processo
de fotossíntese da árvore. Foto: Fany Dimytria/Portal Amazônia
Nos casos em que a larva já está evoluída, a ação do baculovírus é ineficiente. Para controlar a situação, o controle químico é o método adotado. O engenheiro agrônomo da Divisão de Remuneração e Serviços Ambientais da Seaprof, Jorge Henrique, explica que para a aplicação desse controle químico é necessário que os produtores entrem em contato com alguma das instituições para a verificação prévia. “Só podemos fazer a devida fiscalização e aplicação do pesticida químico após análise de nossos técnicos de campo. Precisamos primeiro mensurar a área atingida, a proporção do ataque e o controle ideal para o tipo do ataque”.
Funcionários da Seaprof buscam larvas em estado de ‘pulpa’ escondidas nos solos do seringal. Foto: Fany Dimytria/Portal Amazônia
Na fazenda São João, distante 58 km de Rio Branco, na estrada da Capixaba, todo o cultivo de seringueiras fora afetado pela peste. As árvores sofreram desfolhamento por conta das larvas, mas o devido controle químico foi aplicado pelos responsáveis pelo lugar.
De acordo com o coordenador da produção de látex da Associação Libertadores, Sebastião Lima, que trabalha há 12 anos como seringueiro e ainda coordena treze seringais no Estado, as mandarovás fizeram uma verdadeira ‘chacina’ nas seringueiras e deixaram os produtores assustados. “Parecia o barulho de pessoas mal educadas comendo de boca aberta. Eu não conhecia o inseto e me assustei ao ouvir um barulho tão alto e o estrago que eles estavam fazendo com a plantação”. O seringueiro diz ainda que para conter a praga, a pulverização do veneno e a ação imediata da Seaprof foram vitais para garantir o futuro dos plantios.
Seringueiro Sebastião Lima vive pela primeira vez surto em plantios que trabalha. Foto: Fany Dimytria/Portal Amazônia