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Grupo estuda peças milenares em cerâmica achadas no Quinari


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Nos últimos dois anos, o Grupo de Pesquisa Geoglifos da Amazônia recuperou mais de 50 mil peças de cerâmica com aproximadamente 2 mil anos na região. A imagem de um dos objetos foi disponibilizada  pelo arqueólogo finlandês Dr. Martti Pärssinen. Ele está entre os pesquisadores do grupo, que desde 2007 realiza escavações e se dedica a entender um pouco mais sobre os geoglifos, sítios arqueológicos em estrutura de terra, e as civilizações que habitavam a região há milênios.
Segundo Martti, as peças em policroma e outros estilos encontrados, em sua maioria no sítio arqueológico de Tequinho, em Senador Guiomard, estão sendo estudadas e podem ajudar a estabelecer conexões entre as civilizações pré-colombianas na Amazônia. “A cerâmica é importante para saber se a cultura desta civilização tem relação com a de outras regiões, como a de Ucayali, no Peru. Mas as cerâmicas daqui parecem bem mais antigas que as de outras áreas”, comenta.
As peças serão divulgadas no III Simpósio Internacional de Arqueologia da Amazônia Ocidental, com o tema Geoglifos da Amazônia – Patrimonialização e Gestão, sediado este ano no Acre, a partir desta terça-feira (12), na Ufac. De acordo Deyvisson Gusmão, superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o tema foi escolhido pelo momento oportuno, em que foram concluídos os estudos que vão orientar a instrução de tombamento dos geoglífos.
a construção dos geo glifos tem mais de 2 mil anos
a construção dos geo glifos tem mais de 2 mil anos
“Já existe uma lei que protege os sítios arqueológicos, mas o tombamento é importante enquanto um reconhecimento do valor  cientifico, afetivo e para a identidade nacional e acriana, afinal eles revelam um protagonismo indígena nessa região antes da colonização”, ressalta Gusmão.
No grupo de pesquisa de geoglifos estão inseridos cientistas do Instituto Iberoamericano de Finlândia, de Madrid; da Universidade de Helsinki, Finlândia; da Universidade Federal do Acre (Ufac); da Universidade Federal de Goiás, e da Universidade Federal do Para (UFPA). Mais de 500 foram encontrados nos estados do Acre, Amazonas e Rondônia. A maior parte deles, ao menos 350, estão no Acre.
“Eram acrianos antes do Acre”, diz um dos pesquisadores do grupo, Alceu Ranzi sobre os povos que construíram os geoglifos. “Hoje segue-se uma linha de que esses geoglífos, demandava um grande esforço de construção, seriam centros cerimoniais para grandes festas e cerimônias religiosas”, completa.

G1 Acre
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