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Geoglifos encontrados no Quinari estão entre as 10 maiores descobertas da Amazônia

A Amazônia abriga pelo menos 10% das espécies conhecidas no mundo, além da maior bacia hidrográfica. Ainda que a imensidão do território amazônico seja um desafio, em função da dificuldade de acesso, estudiosos se aventuram em meio à floresta e divulgam fatos inimagináveis. O Portal Amazônia separou 10 dessas descobertas que impressionaram os brasileiros nos últimos anos. Confira:

1 – Vírus gigante no rio Negro (AM) 

Batizado de Samba Vírus, o vírus ‘gigante’ foi encontrado nas águas do rio Negro. Com um genoma complexo e genes só encontrados em células, nenhum vírus de outra espécie codifica. É considerado o maior vírus isolado no país. De acordo com o professor e coordenador do grupo responsável pela pesquisa Jônatas Abrahão, o Samba também detém o maior genoma de vírus já sequenciado no Brasil. A descoberta foi divulgada em maio de 2014, na revista Virology Journal.

Samba Vírus
Imagem do Samba Vírus obtida no Centro de Microscopia. Foto: Divulgação/UFMG

2 -  Rio subterrâneo gigantesco na Amazônia (AM)

Conhecido como Hamza, a existência deste rio subterrâneo foi divulgada em 2011, por meio de estudo do Observatório Nacional.  O rio teria a mesma extensão do rio Amazonas e estaria a quatro mil metros abaixo da maior bacia hidrográfica do mundo. O Hamza nasce no Peru, na Cordilheira dos Andes, passa pelo Acre e segue o percurso do rio Amazonas, no sentido oeste para o leste, passa pelas bacias de Solimões, Amazonas e Marajó, até chegar no Oceano. O nome é em homenagem ao coordenador do estudo, o pesquisador indiano Valiya Hamza.


Rio Amazonas
Hamza corre abaixo do Rio Amazonas. Foto: Reprodução/Shutterstock

3 - Formas geométricas escondidas pela floresta (AC)

Os desenhos de diversas formas geométricas que parecem realizados por extraterrestres de filmes hollywoodianos também foram encontrados na Amazônia. Alguns geoglifos descobertos no Acre em 1977 ganharam repercussão internacional. Assim, a identificação de novas formas geométricas na Amazônia se intensificou a partir de 2005, por meio de imagens de satélite. Até 2001, eram conhecidos apenas 24. O número saltou para 120 em 2005, e, até 2012, eram cerca de 300 somente no Acre.

 
geoglifos acre
Sítios encontrados na Fazenda Paraná em Senador Guiomard e Fazenda Boa Vista em Porto Acre. Fotos: Diego Gurgel/Divulgação

4 - Quinze novas espécies de aves da Amazônia brasileira

Divulgado em maio de 2013, os 15 novos pássaros da Amazônia seriam descritos em uma série de artigos científicos previstos para publicação em julho do mesmo ano. Onze das novas espécies são endêmicas do Brasil e quatro podem ser encontradas também no Peru e na Bolívia. As descrições seriam reunidas no 17° volume do Handbook of the birds of the world, da editora espanhola Lynx Edicions. Os autores pertencem ao Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), de Manaus, e Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), de Belém.


novos pássaros
Poiaeiro-de-chicomendes, nome popular de espécie a ser descrita da família Tyrannidae e a Nova espécie de arapaçu-de-bico-torto. Fotos: Fábio Schunck e Zig Koch

5 - Novas espécies de animais transparentes (AM e MT)
AMAZONAS


Em meados de novembro de 2011, uma expedição de 15 dias, na região do município de Santa Isabel do Rio Negro (a 846 quilômetros de Manaus) possibilitou a captura de um peixe transparente denominado Cyanogaster noctivaga. Uma equipe formada por três pesquisadores brasileiros e um alemão descobriu a nova espécie amazônica. Com dois centímetros de comprimento, o animal nunca havia sido identificado na literatura científica, de acordo com a líder da expedição, a bióloga Manoela Marinho. O objetivo do grupo era capturar peixes de pequeno porte.


peixe transparente
O Cyanogaster noctivaga foi descoberto durante expedição no Rio Negro, em 2011. Foto: Ralf Britz/Arquivo Pessoal

MATO GROSSO
Em 2011, uma nova espécie de perereca transparente foi registrada pela primeira vez no Brasil. A descoberta foi do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Marcelo Morais, e corre risco de ser extinta no Mato Grosso. Morais descobriu a espécie  em meados de 2010, junto a pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). A espécie de anfíbio encontrada em Cotriguaçu, ao norte do Estado,  foi catalogada como Hyalinobatrachium crurifasciatum. 


perereca transparente
A espécie de anfíbio seria alvo do desmatamento no Mato Grosso. Foto: Acervo pesquisador

6 - Urnas funerárias da cultura marajoara no Amapá  (AP)

Arqueólogos do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) comemoram a descoberta de urnas funerárias da cultura marajoara no Amapá. As urnas foram encontradas em um sítio arqueológico da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Em uma das escavações há indícios de que os antigos habitantes do arquipélago do Marajó, no Pará, trocavam informações com comunidades do Amapá. A descoberta foi divulgada em maio de 2013.


urnas funerárias
As urnas funerárias eram usadas para preservar o corpo como forma de perpetuar os índios depois da morte. Foto: João Saldanha

7 - Existência de sociedades pré-colombianas em Macapá (AP)

A comprovação veio por meio da descoberta de peças de cerâmica e fragmentos de urnas funerárias da cultura Koriabo, na margem direita do rio Araguari. O material foi encontrado por uma equipe do Centro de Estudos e Pesquisa Arqueológica da Universidade Federal do Amapá (Unifap), no entorno da Usina Hidrelétrica Ferreira Gomes. A descoberta aconteceu dia 9 de junho de 2013, na cidade de Ferreira Gomes (a 142 quilômetros de distância de Macapá).


Cultura Koriabo Amapá
Acervo de peças da cultura Koriabo do Centro de Estudos e Pesquisa Arqueológica da Universidade Federal do Amapá. Foto: Paula Monteiro/Portal Amazônia

8 - Onças passam até três meses sobre as árvores por conta da enchente na Amazônia (AM)

Onças-pintadas são animais comumente encontrados no chão. Mas, durante o período de enchente dos rios amazônicos, as Panthera onca (nome científico) permanecem em cima das árvores durante aproximadamente três meses. A pesquisa realizada pelo Instituto Mamirauá comprovou cientificamente o comportamento considerado inédito para grandes felinos, que precisam de grandes quantidades de alimento todos os dias. Em nota, o Instituto afirmou que não há registros deste tipo de comportamento em outras partes do mundo. A descoberta foi divulgada em junho de 2014.


Não há registros que onças-pintadas vivam na copa das árvores em outras partes do mundo
Pesquisadores afirmam que a descoberta tem sérias implicações para a conservação da onça-pintada. Foto: Emiliano Ramalho/Instituto Mamirauá

9 – Sem pulmões ou escamas: anfíbio raro encontrado no rio Madeira (RO)

Sem pulmões e sem escamas externas, um anfíbio de corpo alongado, cilíndrico e de pele lisa, muito parecido com uma serpente foi encontrado no rio Madeira, na região da Usina Hidrelétrica Santo Antônio. A espécie foi encontrada por biólogos da Santo Antônio Energia (SAE), em agosto de 2012, durante os trabalhos de resgate na ensecadeira localizada no antigo leito do rio Madeira. Segundo o biólogo Juliano Tupan, o que torna o animal tão especial é o fato de não possuir pulmões. Outro motivo que faz a descoberta ser tão comemorada é por se tratar do terceiro exemplar conhecido no mundo, sendo o primeiro com localidade certa.


cobra-cega
Anfíbio pertence a um grupo de espécies conhecido popularmente como cobras-cegas. Foto: Juliano Tupan

10 – Maior fóssil de jabuti (AC)

Em 2013 foi realizada uma reconstituição genuinamente acreana do provável maior jabuti do mundo. O animal tem oito milhões de anos, aproximadamente 1,5 metro e é parente das tartarugas gigantes da Ilha de Galápagos. De acordo com o paleontólogo Jonas Filho, o fóssil do jabuti foi descoberto em 1995, mas apenas em 2011 começou a restauração. A réplica do animal foi o principal trabalho exposto pelo laboratório de paleontologia da Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco.


jabuti gigante
Animal teria vivido na região amazônica há 8 milhões de anos. Foto: Anne Moura/Portal Amazônia

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