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Surto de sarampo na Bolívia: Acre cria plano de prevenção com apoio do Ministério da Saúde

Representantes do Ministério da Saúde e do Governo do Acre apresentaram nesta terça-feira (15), em Rio Branco, um conjunto de medidas para reforçar a prevenção ao sarampo no estado. O evento foi realizado no auditório do Senac, com a presença do diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Dr. Eder Gatti, do secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal, do presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Acre (Cosems-AC), George Macedo, e do secretário municipal de Saúde de Rio Branco, Rennan Biths.

O encontro contou com representantes das três esferas de governo/Foto: ContilNet

A ação foi motivada pelo recente surto de sarampo registrado na Bolívia, país vizinho ao Acre. Durante o encontro, foram detalhadas estratégias de vigilância nas áreas de fronteira, ampliação da cobertura vacinal e atuação conjunta entre os governos federal, estadual e municipal.

George Macedo destacou o engajamento dos municípios na prevenção: “Nós estamos aqui hoje representando o Capixaba e também os outros municípios do Acre. Em todos os municípios nós estamos tendo mobilizações, mutirões, dia D. Então é muito importante dizer que o Estado do Acre, em parceria com todos os municípios, com a Secretaria de Estado de Saúde e com o Ministério da Saúde, está preparado para enfrentar o sarampo, para que não entre no nosso Estado”.

O secretário municipal de Saúde de Rio Branco, Rennan Biths, reforçou a estrutura disponível para atender a população: “Hoje contamos com 48 unidades de saúde da família distribuídas por toda a capital e 10 URAPs. Todas essas unidades estão equipadas e preparadas para recepcionar essa demanda da população. Toda a nossa equipe está mobilizada para que a gente possa dar a melhor resposta para a população e evitar um problema mais grave”.

Já foram cerca de 120 casos na Bolívia/Foto: Reprodução

Pedro Pascoal, secretário de Estado de Saúde, informou que a Bolívia já registra 121 casos confirmados da doença: “Estamos acompanhando desde o alerta de emergência feito pela Bolívia. Há total integração entre os municípios e o Estado. Isso mostra o que sempre defendo: o paciente não é do município, do Estado ou da União, ele é de todos nós. E quando unimos forças, conseguimos colher frutos e evitar grandes danos”.

Pascoal também destacou que o Acre ainda não tem casos confirmados: “Tivemos sete ou nove casos suspeitos, todos descartados. No momento, não há registros no estado. Um decreto está sendo preparado e prevê, se necessário, a implementação de barreira sanitária. Seguimos trabalhando de forma preventiva”.

O diretor do Programa Nacional de Imunizações, Dr. Eder Gatti, alertou para o risco de reintrodução da doença no Brasil: “O Brasil passou por um surto de sarampo entre 2018 e 2022. Em 2024, recebemos novamente a certificação de área livre do sarampo, graças à melhoria na vigilância epidemiológica e nas coberturas vacinais. No ano passado, atingimos mais de 95% de cobertura para a primeira dose da tríplice viral em crianças menores de dois anos”.

Apesar do avanço, Gatti reforçou os desafios diante do cenário internacional: “Hoje, temos circulação de sarampo nos Estados Unidos, Canadá, México, Argentina e, agora, na Bolívia. O vírus circula com as pessoas. Por isso, precisamos de uma vigilância sensível, capaz de identificar rapidamente qualquer caso, agir com bloqueio vacinal e busca ativa, além de melhorar ainda mais nossas coberturas vacinais”.

Segundo ele, o Acre é estratégico: “É uma área de fronteira, mas também é onde vemos boas parcerias. O governo do Estado exerce uma boa liderança, e os municípios têm papel fundamental, já que a vacinação acontece na ponta. Estamos num momento de prevenção. Não há crise estabelecida, e o trabalho tripartite, união entre governo federal, estado e municípios, visa justamente proteger a população antes que o vírus chegue”.

Sobre populações indígenas e ações nas fronteiras, Gatti informou: “O Brasil, o Acre e seus municípios estão em intensificação vacinal. Já há vacinação em curso nas regiões de fronteira, cada município atuando conforme sua realidade. Também intensificamos a vacinação na Baixada Fluminense e na região metropolitana de Belém, que receberá a COP. O sarampo está na agenda do governo brasileiro, e o compromisso é proteger a nossa população com ações coordenadas”.




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