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Chilena denuncia abuso sexual e agressões durante imersão espiritual em aldeia no Acre

A chilena Loreto Belén Manzo denunciou ter sido vítima de abuso sexual, agressão física e roubo enquanto realizava uma imersão espiritual na aldeia indígena Me Nia Ibu Isaka (São Francisco), localizada na região do baixo Envira, no interior do estado do Acre. A denúncia foi registrada oficialmente na Polícia Civil do Acre.

A mulher teria sido abusada em uma aldeia indígena no estado do Acre/Foto: Reprodução

Segundo Loreto, os crimes teriam ocorrido durante sua permanência na aldeia, entre os dias 15 e 29 de maio. Ela relata que, no dia 19, durante um banho medicinal conduzido por um homem identificado como Isaka Ruy, o líder espiritual da aldeia em que estava, teve suas partes íntimas tocadas. “Achei normal porque não pensava mal dele”, afirmou.

Dias depois, durante uma dieta espiritual na floresta, Loreto diz que Isaka tentou beijá-la e, alguns dias depois, o homem a levou para uma área afastada da aldeia, onde iriam conversar, mas que na realidade ele teria a estuprado neste momento. “Ele começou a se jogar em mim, me beijando e me apalpando até me estuprar”, relata. Segundo a vítima, após o abuso, a esposa do acusado, identificada como Iriki, teria chegado ao local e a agredido com um pedaço de pau.

Loreto afirma que, após fugir do local, teve seu celular roubado pela mãe de Isaka. O aparelho, segundo ela, continha vídeos e fotos que serviriam de prova das agressões e do abuso. “A mãe dele roubou meu celular porque continha evidências do abuso e de que eu havia sido espancada”, relatou. A turista tentou reaver o aparelho, mas não teve sucesso e decidiu deixar o local e retornar ao Chile.

A chilena afirma que foram registradas três denúncias formais na polícia: por abuso sexual, agressão física e roubo. “Quero destacar que as denúncias foram feitas na polícia do Brasil. Foram feitas perícias também, porque tiveram que examinar meu corpo, ver tudo o que foi feito. Então, tudo o que eu falei é a completa verdade e está evidenciado através de todas as perícias que foram realizadas”, declarou em vídeo publicado em suas redes sociais.

Ela também alertou sobre possíveis mensagens de intimidação que estaria recebendo de pessoas ligadas à aldeia: “Qualquer pessoa que queira fazer algum tipo de assédio, que seja da aldeia, que queira me escrever, também pode ser denunciada. Estou protegida neste momento”.

Loreto afirma que irá divulgar fotos das pessoas envolvidas nos abusos “para que isso não volte a acontecer com outras mulheres”.

O espaço está aberto para manifestação dos acusados ou de lideranças da aldeia Me Nia Ibu Isaka. O caso está sob investigação das autoridades brasileiras.



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