Quinari: Pai diz que colégio militar impediu entrada do filho por conta do cabelo e menciona denúncias de pedofilia
Com a legenda “Indignado, não posso ficar calado”, o acreano Weriton Rocha fez uma denúncia pública em suas redes sociais contra o colégio cívico-militar Aldaci Simões da Costa, localizado em Senador Guiomard. Ele acusa a direção de impedir a entrada do seu filho na instituição por conta do tamanho do cabelo. O caso teria ocorrido nesta terça-feira (22).
Escola cívico-militar Aldaci Simões da Costa está localizada em Senador Guiomard/Foto: Reprodução
“Eu tenho passado por um momento muito difícil de saúde, estando em tratamento, e têm acontecido momentos difíceis, mas abri uma exceção hoje, estou um pouco melhor, para trazer uma indignação sobre algo que aconteceu agora há pouco. O meu filho estuda aqui em Senador Guiomard, na escola militar. Existem regras sobre cabelo, sobre vestimentas, até aí tudo bem, mas, até então, o cabelo dele não estava alto a ponto de impedir sua entrada na escola, mas mesmo assim ele foi proibido de entrar porque disseram que o cabelo dele estava alto”, disse o pai, no vídeo que tem gerado inúmeras reações e comentários.
Weriton afirma que outros alunos também foram impedidos de entrar na escola pelo mesmo motivo.
“Eu trago aqui a indignação porque isso fere a Constituição Federal, que garante o direito da criança, do adolescente ou do jovem ao acesso à escola. A pergunta é: vamos impedir que um jovem entre na escola por conta de um cabelo? E não foi somente ele. Alunos da zona rural também foram barrados. Estamos hoje, agora, neste momento, nas ruas de Senador Guiomard. Se acontecer alguma coisa com ele, quem será o responsável? Nós vamos perder a nossa juventude por conta de um cabelo? Hoje, um cabelo é mais importante do que a educação, do que a formação dos jovens? Vivemos um momento social tão difícil neste país, com tantas coisas a serem resolvidas, e estamos nos atentando a um cabelo”, acrescentou.
O acreano disse ainda que existem denúncias de pedofilia envolvendo a instituição.
Pai diz que colégio militar impediu entrada do filho por conta do cabelo e menciona denúnicas de pedofilia/Foto: Reprodução
“Estão proibindo os jovens de entrar na escola por conta de um cabelo? Existem pais de alunos que sequer têm dinheiro para trazer a comida, o pão de cada dia, para colocar na mesa desses jovens. Coisas importantes aqui, como houve denúncia já de pedofilia, que antes não foram tratadas. Mas agora se proíbe um aluno de entrar na escola, ele vai levar falta, deixa de apresentar um trabalho, justamente por conta de um cabelo. É 2025 e isso fere o direito à liberdade religiosa, à liberdade de expressão”, denunciou.
Rocha fez um apelo às autoridades do Acre e ao Ministério Público do Estado (MPAC) e voltou a mencionar supostas denúncias de pedofilia.
“Alô, representantes do Acre, deputados estaduais, Ministério Público: estão proibindo jovens de entrar na escola por conta de um cabelo. A educação deste país se resumiu a quê? A um cabelo? Vamos perder a juventude para o crime por conta de um cabelo? Trago aqui a minha indignação e compartilho com vocês. Não tenho condições mais de falar, porque acho uma falta de respeito imensa, imensa com a sociedade, com a juventude e com os pais — acima de tudo, pais assalariados que, muitas vezes, não têm condições de mandar a criança, o jovem, para a escola e ainda cortar o cabelo. Meu filho não está com o cabelo alto, não está, mas mesmo assim foi proibido. Ele não foi apenas orientado a voltar — foi proibido de adentrar a escola. Isso também é dano, é constrangimento que o jovem passa. Eu acho que a escola tem coisas mais importantes a resolver. Como eu falei, já houve até denúncia de caso de pedofilia. É lamentável”, finalizou.
O ContilNet procurou a Secretaria de Estado de Educação (SEE) para obter informações. A pasta disse que ainda não tem uma posicionamento, mas vai abrir uma investigação sobre o caso.
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