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BLOG DO TON: “O que ganha eleição é trabalho, não conversa fiada”: Bocalom fala sobre obras, eleições e até meio ambiente




Em entrevista exclusiva ao Blog do Ton, Bocalom cita Gladson, anuncia novas informações sobre obras, detalha programa 1001 Dignidades, viadutos e até cuidado com o meio ambiente: “Muitas gestões falaram em meio ambiente, mas a nossa respeita”.



Já faz bom tempo que alimento o interesse de entrevistar o prefeito de Rio Branco Tião Bocalom (Progressistas-AC). Dentre alguns dos motivos; eleições, onde pouco fala sobre questões partidárias; e o que está por trás do seu anunciado desejo à reeleição, nas eleições de 2024.



Coincidência ou não, conversei com o prefeito em um dos espaços, localizado no Distrito Industrial de Rio Branco, onde são concebidos protótipos e estudos de material para tão falado programa 1001 Dignidades, que promete construir 1001 casas populares em tempo recorde.



Foi uma entrevista repleta de informações e revelações. Sobre o meu primeiro motivo, Bocalom foi enfático: quer mostrar trabalho para se cacifar à reeleição, com apoio de uma frente ampla de lideranças – destaque para seu partido, o PP, e o governador Gladson Cameli.



Sobre a segunda, o que está por trás de sua caminhada à reeleição, Bocalom acredita nos feitos de sua gestão, que segundo ele, vão para além das 1001 casas populares. Durante a conversa, o prefeito falou até em cuidados, dispensados pela sua gestão, à área ambiental. E cravou: “Muitas gestões falaram em meio ambiente, mas a nossa respeita”.



Acompanhe:



Blog do Ton: O 1001 Dignidades é anunciado como um projeto robusto. O senhor e sua equipe tem trabalhado bastante nisso. Em que pé anda o projeto?



Tião Bocalom: Eu faço isso [trabalhar no projeto] todo dia. Mas, agora nesse feriado, vimos algumas situações atípicas e decidimos fazer uma pequena operação no feriado. Obra é assim mesmo. Eu sou marceneiro, essa obra é obra de marceneiro. Estou aqui emprestando um pouco da minha experiência e estamos todos muito felizes [com os resultados obtidos], azeitando esse projeto.



Dentro de uma ou duas semanas, acredito que teremos nosso primeiro modelo pronto. Era para termos antes, mas por conta de ser algo totalmente inovador, e por conta do tempo que ainda temos, quero pessoalmente acompanhar com mais carinho. É assim! Nós não temos hora, nem dia para trabalhar. Não somente nesse projeto, mas em todas as ações da nossa gestão.



Falando em demais ações, mas ainda em se tratando do projeto 1001 Dignidades, o senhor disse que esse modelo a ser construído trata-se de uma primeira fase nesse planejamento. O que pode ser revelado acerca dos demais pontos desse plano?



Estamos trabalhando em diversas frentes. Tem madeira sendo serrada, estávamos adquirindo novas máquinas, que chegam nos próximos dias, são coisas que irão nos permitir trabalhar nesse protótipo. E, mais do que isso, servirão como base para a execução do projeto.



Nosso referencial teórico [à mesa, sendo discutido com equipe técnica] será colocado em prática e nós teremos condições de verificar se tudo está dentro dos conformes. Material, tempo, exigências legais, tudo isso será analisado por uma equipe de engenharia. Azeitado [sic] esse padrão de qualidade, vamos para a construção de novos protótipos, e assim será até chegarmos ao melhor padrão de qualidade. Feito isso, vamos para a fase de acabamento de madeiras. Vale lembrar que já estamos cortando madeiras! E que todo esse material será aproveitado na fase de acabamento e, posteriormente, de reaproveitamento.



Paralelo a isso, tivemos reuniões com a Universidade de Coimbra, para firmarmos um termo de cooperação geral, para que eles participem do nosso projeto. Isso é muito importante! Um apoio da Prefeitura de São Paulo, também, está muito bem encaminhado. E fico feliz também porque temos bem encaminhada uma parceria com nossa Universidade Federal do Acre, a Ufac, e temos assinado um acordo com o Instituto Federal do Acre, o Ifac. Vamos assinar, também, com a Fieac [a Federação das Indústrias do Acre]. Graças a Deus, as coisas estão se encaminhando muito bem. Até o final do ano, acredito que teremos todas essas parcerias firmadas.



A parte de infraestrutura, também, já está definida. Vamos contratar empresas para a parte de infraestrutura externa; e a parte interna dos conjuntos também contarão com contratações. A previsão é que até o fim do ano, também, tenhamos pelo menos a parte interna pronta! E a parte externa, pelo menos, iniciada. Trabalharemos em sete locais diferentes.



Aparentemente, trata-se de um projeto grande. Contudo, muita gente, principalmente adversários à sua gestão, vê este como sendo o único grande programa, aquele que seria um divisor de águas na popularidade dos trabalhos deste mandato e de uma futura eleição, onde o senhor deve concorrer. O que tem a dizer sobre isso?



O 1001 Dignidades é somente mais um projeto dentre tantos que nós temos! Nossa gestão tem mais de 80 projetos, alguns sendo executados e outros com execução a ser iniciada em pouco tempo. Por exemplo: viaduto. Quando foi que um prefeito de Rio Branco trabalhou para tirar do papel um viaduto? Nunca! Governo do Estado até falava em viaduto, prefeito não. Nós falamos e vamos executar. A licitação de um [Viaduto do Aramix] já está em andamento, com propostas abertas essa semana e previsão de definição em um prazo médio de 15 dias. O segundo estará sendo aberto em seguida. Duas grandes obras que iniciam ainda esse ano e que irão, sim, ter um reflexo nos próximos anos.



Fora isso, temos obras. O prédio da Câmara Municipal: há décadas, não se tinha noção de quando sairia do papel! E vai realizar com apoio da nossa gestão: ampliamos o recurso de repasse à Câmara, de 4,1% para 5% da receita corrente líquida. Pegamos o projeto da RBPrev, que estava enroscado há muito tempo, e que não saía por uma série de razões, e decidimos tirar do papel. São obras grandes, orçadas em valores acima de R$ 12 milhões.



E mais: quando foi que a prefeitura entrou com um projeto tão grande de reconstrução da nossa cidade em período pós alagação? Nunca. São R$ 30 milhões investidos em 10 empresas diferentes que trabalham na recuperação das nossas ruas. Com isso, outros problemas também são sanados, como buracos. Se você andar nas ruas, vai ver que a população está mais satisfeita, porque as ruas que mais davam problemas, em sua grande maioria, eram as ruas que alagavam, e que não recebiam a devida atenção depois das cheias. Não estamos quebrando galho! Estamos fazendo tudo muito bem feito, e a população vê isso.



Reformas de quadras, unidades de saúde… e reforma não é pintura não! Ampliação também, e adequação para enfrentar o cenário pós covid. São 25 unidades de saúde prontas para receber nossa população, coisa que nenhuma gestão fez em muito mais tempo. Quadras, já estamos chegando a 60 quadras renovadas. Elas e todo seu entorno! As pracinhas, parquinhos, todos reformados. Nós temos carinho com a população.



E uma novidade: terminando o Recupera Rio Branco, que é nosso programa de recuperação voltado exclusivamente às ruas alagadas, vamos dar inicio ao programa Asfalta Rio Branco! São R$ 50 milhões de recursos próprios para recuperar nossas ruas. Teremos duas grandes creches, coisa que nenhuma prefeitura construiu, e com recurso próprio, gerando cada uma cerca de 300 vagas.



Tem muito trabalho, mas muito trabalho mesmo! Nossa cidade está limpa. Tínhamos 10 equipes de limpeza; agora, temos 30. Diminuímos a dengue, estamos ficando uma cidade bonita e organizada; a Chico Mendes vai ficar para a história, e faremos o mesmo trabalho em mais avenidas.



Nos preocupamos também com a questão ambiental! LEDs em toda a cidade, reduzindo consumo de energia e impactos ambientais. Cuidado com o produtor, dando assistência para que ninguém queime áreas para cultivar. Quando foi feita uma grande limpeza no Igarapé São Francisco como a que está sendo feita agora, onde foram removidos mais de 80 toneladas de entulho? O lixão da Transacreana, e a população lembra disso, comumente pegava fogo. Na nossa gestão, isso nunca aconteceu! Focos de queimadas? Reduzimos uma média de 3 mil queimadas para menos de 500 neste ano. Resultado de trabalho, educação, limpeza! Muitas gestões falaram em meio ambiente, mas a nossa respeita.






O senhor tem dito estar mais preocupado com o trabalho à frente da prefeitura do que com a reeleição. Quais os próximos capítulos dessa obra chamada ‘Primeiro Mandato de Bocalom’?



Estou tranquilo com essa questão política, porque eu sei que o que ganha eleição é trabalho. Não é conversa fiada. Antes de mais nada, é preciso que as pessoas tenham em mente que existe o momento certo pra tudo. E esse é o momento de trabalhar, não de fazer qualquer outra coisa.



É como o próprio governador Gladson fala e eu concordo: essa questão política e partidária será resolvida mais a frente, no momento certo. Nesse ano, temos muito o que fazer. E é o que eu tenho feito. Já fui prefeito três vezes, secretário, e sempre agi dessa forma. Sei como as coisas funcionam. E o melhor de tudo é que nunca precisei puxar a eleição para fora do período da eleição. Até abril, maio, que é quando muita gente muda de partido, filia em partido, muita coisa vai acontecer. Até lá, a palavra de ordem é trabalho!



Estou tranquilo dentro do Progressistas. Todo mundo tem o direito de falar o que quiser, mas nada disso me deixa preocupado. Eu sei o que estou fazendo, e uma coisa eu garanto: vai dar certo!



VAIAS



O deputado Manoel Moraes pode até ter anos de experiência com o parlamento, mas nenhum deles foi capaz de o livrar, em sua grande estreia como líder do governo, das… vaias.



TÃO QUANTO



Tão ferozes quanto as vaias, o deputado teve de enfrentar outra figura ferina: o deputado oposicionista Edvaldo Magalhães. Que, sozinho, consegue ter mais habilidade que 10 deputados defensores do governo juntos.



CHAMEM O WILSON!



Alguém da equipe do Governo do Acre precisa alinhar com o novo líder do governo seu discurso. Moraes disse, sobre o crítico problema dos moradores do Terra Prometida, que “Gladson está empenhado em encontrar uma solução”. Quer dizer: enquanto o governador se desdobra em três para conseguir recursos para diversas pastas, tem uma série de frentes para cuidar e por muitas vezes faz o trabalho de secretários do seu primeiro escalão, o deputado atribui a Gladson um problema que deveria ser enfrentado pelos titulares das pastas de Habitação e Assistência Social? Pelas caridades. Chamem o Wilson!



QUE NÃO CHEGUEM



Que as vaias e respostas atravessadas recebidas por Moraes não cheguem a Xapuri, a princesinha do Acre. O deputado tem planos para a região em 2024.



LUIZ CALIXTO



O secretário-adjunto da Segov, Luiz Calixto, após o debate na Aleac, se posicionou. Falou dos espaços disponibilizados às famílias, andamento das novas casas e reclamou de um ‘grupo minoritário e poderoso’ que impede o andamento das coisas.



ALIÁS…



Justiça seja feita: enquanto grande parte do secretariado ostentava suas botas e fivelas na ExpoAcre Juruá, Calixto estava em pleno trabalho. Inclusive visitando a Aleac, que virou a casa dos desabrigados da Terra Prometida.



SOFREU REAJUSTE?



Um conhecido líder político que conversava com várias frentes, e teoricamente estava acertado com o governo, tem continuado suas conversas de pé de orelha com líderes políticos não tão governistas assim. Será que seu passe sofreu reajuste antes mesmo da inflação?



NÃO FAZ SENTIDO



Nobel da Economia, Joseph Stiglitz afirma não ver o menor sentido em explorar petróleo no Amazonas. Coincidentemente, outra especialista no assunto acredita no mesmo: a ministra Marina Silva (Meio Ambiente). A opinião que prevalece? A política, por enquanto.



BOMBRIL



Ele remarca show da ExpoAcre, resolve problema de pagamento de terceirizados e, mais recentemente, em viagem a Brasília, intercedeu pelos acreanos no grande problema do tráfego aéreo. Gladson Cameli é um político Bombril.



ALIÁS…



Por falar nos problemas dos voos, depois do anúncio da Gol, a Latam também vai retomar voos diurnos em Rio Branco a partir de 29 de outubro.



DIFÍCIL



Da mesma série de agendas, Gladson discutiu com ministros e secretários do governo federal destinação de recursos à construção de casas populares, continuidade de obras como Anel Viário do Alto Acre e alinhamento institucional/político com o governo Lula. Deve ser difícil odiar Gladson e não poder chamá-lo de fraco.



BATE-REBATE


– Digam ao povo que mantém… do lado de fora: maioria do TSE rejeita recurso de Deltan (…)



– (…) E seu mandato continua cassado!



– Morais, ministro do STF, condenou o primeiro réu pelos atos de 8 de janeiro (…)



– (…) A pena? 17 anos de prisão! (…)



– (…) Morais é, definitivamente, o terror dos bolsonaristas.



– Outro deslize de Manoel Moraes como líder do governo na Aleac foi apontar o dedo para as gestões do PT, como sendo estes os culpados pela questão da Terra Prometida (…)



– (…) Teve de ouvir de Edvaldo: “Quem não construiu casa foi o Gladson” (…)



– (…) O assunto rendeu internamente.



– Cruzeiro do Sul pode ser reconhecida como a Capital Nacional da Farinha de Mandioca (…)



– (…) Esse é o fruto de um projeto de lei do senador Alan Rick.



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Fonte: OPalaciano
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