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MS investiga morte de adolescente que consumiu animal alvo de caça no Acre


Iguaria preferida da dieta de seringueiros, ribeirinhos, colonos e índios da Amazônia, o tatu – de nome científico dasipodídeos e descrito como animal da família de mamíferos da ordem Cingulata e habitantes de savanas, cerrados, matas ciliares e florestas molhadas como é a Amazônia, pode ser fator de risco à a saúde de quem o caça e consume sua carne. A advertência é do Ministério da Saúde, cujos médicos e outros técnicos investigam no momento a morte de um adolescente de 16 anos que morreu no Piauí por complicações causadas por uma infecção do fungo paracoccidioidomicose (PCM), conhecida como “doença do tatu”.

O rapaz comeu carne de tatu e adoeceu. Ele ficou internado por oito dias e chegou a ser intubado. O irmão, de 14 anos, e um amigo da vítima, de 22, também foram contaminados e o mais velho está internado em estado grave com dificuldade de respirar. Os três saíram para caçar tatus há cerca de um mês e, em seguida, apresentaram os sintomas da doença, na cidade de Simões, interior do Piauí. A caça ao tatu é uma atividade cultural de regiões do Nordeste e da Amazônia no Brasil.

A doença causada pelo PCM é um tipo de micose sistêmica, decorrente de um fungo transmitido por inalação. Esse tipo de contaminação atinge primeiro os pulmões e pode se espalhar pelo corpo. Segundo o Ministério da Saúde, é uma das dez principais causas de morte por doenças infecciosas e parasitárias, crônicas e recorrentes no país.

Apesar de ser associada aos tatus, a doença não é transmitida pelos animais aos humanos. A contaminação acontece por meio do manejo de solo contaminado. Por isso, é uma doença associada às atividades agrícolas, como o preparo do solo. Trabalhadores rurais entre 30 e 60 anos de idade do gênero masculino são os mais acometidos pela forma crônica da doença, mostram as estatísticas do Ministério da Saúde.

No caso que aconteceu em Simões, interior do Piauí, o fungo estava presente no local onde os tatus foram encontrados pelos jovens. O fungo fica na toca, que é abrigo do tatu. Com a caça, a pessoa acaba inalando os esporos liberados pelo ar e geralmente ocorre a infecção.

As pessoas que são contaminadas pelo fungo podem apresentar:Tosse;
Febre;
Falta de ar;
Dificuldade para respirar;
Inchaço dos linfonodos;
Dor abdominal;

A doença pode se manifestar de três formas. Aguda: progride de forma rápida, de semanas a meses, e é considerada grave; Crônica: manifesta-se de forma mais lenta, os sintomas persistem de quatro a seis meses; 90% dos pacientes apresenta comprometimento pulmonar. Residual: a doença se espalha e deixa sequelas em outros órgãos para além dos pulmões, como a pele, a laringe, traqueia, glândulas adrenais, sistema nervoso e sistema linfático.

Ao apresentar sintomas, a pessoa deve consultar um médico para realizar um exame e confirmar o diagnóstico de PCM, já que a doença pode ser confundida com outras micoses ou doenças pulmonares. Confirmada a contaminação, o tratamento é feito por meio de medicamentos antifúngicos, a depender da gravidade do quadro.


Fonte: ContilNet
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