Plantão

55 presos não tomaram nem a primeira dose da vacina contra Covid no Quinari, segundo Iapen, no estado número chega a quase 2 mil

Foto: G1.globo


Um balanço do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) mostra que dos 6.029 presos nas unidades de todo o estado, apenas 4.126 tomaram a primeira dose da vacina contra Covid - 19 ou seja, apenas 68% da população carcerária de todo o estado. Deste total, 1.071 tomaram a segunda dose, segundo os dados.

Com mais de 600 presos imunizados contra Covid, presídio de Cruzeiro do Sul fecha esquema vacinal de detentos.

Os presos foram incluídos no grupo prioritário da vacinação no final de maio deste ano. Segundo o promotor Tales Tranin, da 4ª Promotoria Criminal de Execução Penal e Fiscalização de Presídio da capital, foi feita uma fiscalização no Complexo Prisional Rio Branco nos últimos dias e foi percebido que a vacinação segue lenta nessas unidades.


“É uma situação preocupante, porque na unidade Francisco de Oliveira Conde nós temos 15 pavilhões com centenas de celas e, por amostragem, cheguei a esse número de 108 reeducandos que nem tomaram a primeira dose. Então, é preocupante, porque é necessária a vacinação desse grupo prisional, que é prioritário. Por questões óbvias, eles não podem sair, então o poder público tem que mandar a vacinação para eles, que estão aguardando”, destaca.


Visitando algumas celas e perguntando sobre as doses, o promotor identificou um número alto de presos na capital sem a primeira dose da vacina. Agora, ele fez um ofício para a presidência do Iapen e também aos órgãos de saúde para que esse público seja vacinado.


O Iapen informou que o complexo prisional Rio Branco tem atualmente 3.323 e que, deste total, 2,6 mil tomaram a primeira dose. Ou seja, há ainda 632 presos sem a primeira dose do imunizante.


Na unidade de segurança máxima na capital Antônio Amaro e na unidade feminina, 364 tomaram a primeira dose - sendo 99 e 255 respectivamente.

Dificuldade na capital

O presidente do Iapen, Arlenilson Cunha, reconheceu que a vacinação na capital realmente segue lenta dentro das unidades prisionais. Porém, destacou que tem avançado bem no interior.


Ele diz que o motivo da lentidão é porque a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco pedia mais documentos que dificultavam esse processo, mas garante que já houve uma tentativa para resolver isso. A prefeitura informou que deve se posicionar posteriormente.


“É importante esclarecer que as unidades prisionais do estado têm avançado, apenas Rio Branco tem encontrado dificuldade e aí nós temos os números que comprovam isso. Temos uma tratativa de receber essas vacinas, importante esclarecer que recebemos essas vacinas do município e eles têm requisitado documentos, como cartão do SUS, por exemplo, sendo que no interior, apenas com o RG conseguimos vacinar. Mas isso tem sido tratado e acredito que nos próximos dias vamos concluir essa primeira dose nas unidades”, garante.

O promotor, no entanto, enfatiza que as providências precisam ser imediatas, uma vez que a capital já está vacinando o público acima de 12 anos - que não é prioritário. A preocupação também é porque as visitas retomaram nessas unidades e é preciso ter um controle da infecção.


“Estão deixando o grupo prioritário para trás e isso não pode acontecer”, diz. Segundo ele, entre os presos sem a primeira dose há os que entraram recentemente, que estão há meses e até anos dentro das unidades.

Vacinação no interior

A única unidade prisional que concluiu o esquema vacinal de todos os presos foi Cruzeiro do Sul.

Dados das unidades Manoel Néri da Silva e Guimarães Lima de Cruzeiro do Sul encerraram, nesta quarta-feira (1), o ciclo vacinal de 611 presos. A vacinação começou em janeiro, seguindo os grupos prioritários de idosos e comorbidades, em seguida foram indígenas e depois os demais presos.


De acordo com o levantamento da unidade, foram 586 homens e 25 mulheres imunizados com a primeira e a segunda dose contra Covid. Durante toda a pandemia, as duas unidades de Cruzeiro do Sul tiveram 19 casos confirmados de Covid, todos curados e duas mortes pela doença.


Já na unidade do Quinari, dos 480 presos, 425 já tomaram a primeira dose. Na unidade de Sena Madureira, dos 507 presos, 497 já tomaram a primeira dose do imunizante.


Dados do Iapen, atualizados até 31 de agosto, mostram que 286 presos foram contaminados pelo coronavírus, sendo que 282 foram curados e quatro morreram vítimas da doença.

Fonte:G1.globo
Tecnologia do Blogger.