Comarca de Senador Guiomard participa de campanha pelo Fim da Violência Contra a Mulher
Da assessoria 
A campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher 
terminou nessa terça-feira (10), mas ainda se contabiliza o saldo de 
tantas ações realizadas ao longo do período. A mobilização aconteceu nas
 comarcas de Sena Madureira, Acrelândia, Plácido de Castro, Xapuri, 
Epitaciolândia, Senador Guiomard, Cruzeiro do Sul, Tarauacá e, em Rio 
Branco, na Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. 
Em todos os locais os magistrados buscaram o apoio dos servidores e da 
sociedade para realizar palestras, entrega de cartilhas, mutirões de 
audiências, atendimentos no sentido de fornecer informações processuais,
 informar sobre os locais de atendimento às vítimas, além do agendamento
 de atendimentos com juízes e assessores. Tudo no sentido de 
sensibilizar e evidenciar a questão da violência doméstica como uma 
responsabilidade de Estado e também de toda a sociedade.
Uma das atividades que mais chamou atenção foi o mutirão de audiências 
realizado pela Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da
 Comarca de Rio Branco. Durante todos os dias de ativismo foram 
realizadas audiências com o objetivo de dar maior celeridade às 
demandas, com um total de 106 sentenças, 13 decisões e 35 despachos, 
além de atividades externas.
"A violência contra a mulher, não é só contra a mulher, é contra os 
filhos, é contra a família, é contra a sociedade. Nós, enquanto 
instituição pública, temos claro nosso papel de resguardar, com todo o 
zelo possível, os direitos fundamentais para uma vida plena, sem lugar 
para esses tipos de crimes, por isso, nosso ativismo não é só durante 16
 dias e sim, 365 dias, de todos os anos. Vamos continuar realizando 
ações para evitar a perpetuação de crimes e estabelecer um modelo de 
atuação judicial que favoreça o pleno atendimento aos ditames da Lei 
11.340/06, e que atenda aos anseios sociais nela traduzidos. Tal 
iniciativa ratifica meu compromisso na efetivação dos direitos da 
mulher, dando concretude às normas constitucionais e 
infraconstitucionais e aos tratados internacionais ratificados pela 
República Federativa do Brasil”, disse a magistrada responsável pela 
Vara de Violência Doméstica, Shirley Menezes.
Em Acrelândia o trabalho também foi intenso. O público jovem foi o foco 
principal das atividades de conscientização sobre os malefícios da 
violência que acontece dentro de casa. "É necessário que a mulher tenha a
 capacidade de se defender contra qualquer tipo de violência. Daí a 
importância de uma palestra como essa que orienta sobre como agir nessas
 situações. É uma vitória muito grande nessa luta que a mulher vem 
travando ao longo do tempo contra a violência", destacou a juíza titular
 da Comarca de Acrelândia, Maria Rosinete.
Servidores e a magistrada da comarca de Plácido de Castro, Loise 
Santana, também mobilizaram a população para dizer basta à violência 
doméstica. Foram palestras sobre a Lei Maria da Penha, ocasião em que os
 estudantes interagiram e realizaram apresentações lembrando que o 
problema não é só das mulheres e sim de toda a sociedade. "Espero que as
 ações que foram realizadas apresentando aspectos relevantes da Lei 
Maria da Penha, inclusive para nossos servidores, sejam o início de uma 
longa e eterna campanha visando a redução da violência doméstica contra a
 mulher, conscientizando a população local que a lei existe, é eficaz e o
 Judiciário está presente para colocá-la em prática", disse a 
magistrada. 
Na comarca de Xapuri foi marcante o envolvimento dos servidores e da 
comunidade objetivando o fim da violência doméstica. O juiz titular Luís
 Pinto, ministrou palestra/debate com o tema “Lutar pelo fim da 
violência é lutar por um mundo mais justo”. A atividade reuniu homens e 
mulheres do município.
A luta pelo fim da violência contra as mulheres é tarefa de toda a 
sociedade, e com esse objetivo a Comarca de Sena Madureira, através da 
equipe da Vara Criminal, foi às escolas, faculdade e às ruas 
sensibilizar a população e conclamá-los a apoiar e engajar-se na causa. 
A juíza titular da Vara Criminal de Sena Madureira, Zenice Mota, 
anunciou que mais atividades para o próximo ano. “Fechamos parceria com 
dez casais que realizarão encontro com homens e mulheres que passaram 
pelo problema e depois se reconciliaram. Nosso objetivo é fortalecer os 
laços familiares, o evento acontecerá no próximo ano com periodicidade”,
 disse.
Já na Comarca de Tarauacá a principal atividade foi uma palestra 
prestigiada pelos estudantes da Escola de Ensino Médio Dr. Djalma da 
Cunha Batista. O assunto abordado foi a Lei Maria da Penha. “Expliquei a
 origem da Lei, quais as medidas protetivas que a ela oferece e 
demonstrei, através de números, a quantidade de mulheres agredidas no 
País, quais as formas de agressão mais frequentes, o número de 
reincidência, as maneiras de prevenção e quem pode denunciar as 
agressões”, afirmou o juiz titular da Comarca de Tarauacá, Erik Farhat.
A mobilização realizada pela Comarca de Senador Guiomard resultou em 
mais de 30 audiências e na realização de júris que tratavam de violência
 contra mulher. Segundo o juiz titular da Comarca, Robson Aleixo, o 
julgamento mais esperado foi o de um caso que chocou a opinião pública, a
 morte de uma mulher grávida de sete meses. O réu era o marido da vítima
 e foi condenado a mais de 20 anos de reclusão.
Assim como em Senador Guiomard, as atividades pelo fim da violência 
contra a mulher também tiveram destaque na Comarca de Epitaciolândia, 
que tem como titular a juíza Joelma Nogueira. Durante os 16 dias de 
ativismo foram realizadas várias audiências de instrução e julgamento em
 processos que envolviam violência doméstica.
Da mesma forma, a comarca de Cruzeiro do Sul realizou o mutirão de audiências e o magistrado do município, Alcântara, já avisou que as atividades vão continuar com uma palestra que será ministrada especialmente para mototaxistas e taxistas.
Da mesma forma, a comarca de Cruzeiro do Sul realizou o mutirão de audiências e o magistrado do município, Alcântara, já avisou que as atividades vão continuar com uma palestra que será ministrada especialmente para mototaxistas e taxistas.
Números 
De acordo com pesquisa realizada em 84 países e divulgada em 2012 pelo 
Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos, o Brasil é o sétimo país
 com maior incidência de violência contra a mulher. São cerca de 92 mil 
mulheres assassinadas em 30 anos: 43,7 mil apenas na última década. 
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também realizou pesquisa sobre o 
assunto, publicada em março de 2013 e denominada: "A Atuação do Poder 
Judiciário na Aplicação da Lei Maria da Penha". A intenção era 
possibilitar uma visão macro para a definição de novas e estratégicas 
ações objetivando prevenir esse tipo de violência.
Em todo o país são 66 unidades judiciárias existentes para julgar 
exclusivamente as causas de violência doméstica e familiar contra as 
mulheres. A pesquisa revelou que a distribuição dessas unidades não é 
proporcional nas cinco regiões do Brasil.
O estudo produzido pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) do 
CNJ, aponta quais regiões têm déficit no tocante à assistência judicial 
destinada às vítimas, além de revelar que 677 mil processos tramitaram 
no país entre 2006 e 2011.
Na região Norte, por exemplo, os estados de Roraima, Rondônia, Amazonas,
 Acre e Amapá contam, cada qual, com apenas uma unidade judiciária 
destinada exclusivamente ao julgamento dos casos relacionados à Lei 
Maria da Penha. Tocantins e Pará são os que registram o maior número de 
varas ou juizados – três e quatro juízos, respectivamente.
O déficit revelado pela pesquisa é tão grande que para superá-lo é 
necessário criar mais 54 novos juízos em municípios considerados chaves 
pela concentração demográfica, ou seja, hoje são 66 unidades, e para 
atender efetivamente a demanda seria necessário aumentar em 81% o número
 de varas já existentes.
